
No
Fuzilem-me se digo que o consumismo não passa de uma das expressões pós-modernistas do amor. Estranho? Bem, uma altura houve em que as Cruzadas representavam o expoente máximo da fé e a Inquisição contribuía para a aproximação a Deus.
Descansem, Jesus Cristo nunca vai ser substituído pelo barbudo da Coca-cola, o consumismo típico do Natal não é a causa de todos os males do Homem, e (aceitem) não nos vamos afogar numa onda de futilidade até o nosso cérebro perder qualquer tipo de utilidade.
Vejamos as coisas assim, o sentimento de amor é intemporal, é sempre o mesmo ao longo dos tempos. O que muda é o modo
Hoje? Bem, hoje o amor confunde-se com as várias direcções que pode tomar, provavelmente nasce com a mesma facilidade com que morre, e é algo tão banal que pode brotar e perecer numa noite de whisky.
Materialismo não é crime, é estima mal expressa: adoro-me, compro-me uns mimos; amo-a, adulo-a com presentes; o meu filho é lindo, ofereço-lhe uma bicicleta. Não dramatizem, o consumismo não nos vai transformar a todos nuns autómatos alimentados a futilidade. Vão existir sempre (com ou sem materialismo) os que sonham com roupa cara, os que vagueiam a mente por um corredor pouco iluminado, os menos civilizados, e vão existir sempre os que apresentam Teorias da Relatividade, os que escrevem “To be or not to be”, e os que inventam as bombas atómicas. É a natureza humana.
Não, este texto não é um hino à futilidade, não é um “Gastem os ordenados com coisas tolas, endividem-se até aos cabelos e façam das compras o objectivo das vossas vidas”. É um “Não condenem tanto o consumismo natalício, as pessoas não se vão esquecer do Menino que nasceu no
Resumindo: mimem os miúdos, ofereçam à esposa aquele casaco que ela já está a pedir há meses, deliciem-se com as ofertas debaixo da árvore decorada, pensem em papel de embrulho, façam o que quiserem. Se hoje é isso que é preciso para demonstrarmos o nosso amor pelos outros (e muitas vezes por nós próprios), então que seja. Pior seria se a humanidade chegasse a um ponto em que não tivesse
Admitamos, caminhámos para o Amanhã, o Ontem já passou. O “verdadeiro espírito de
A única diferença é que no séc. XXI fazemo-lo através dos nossos cartões de crédito. É correcto?, é menos correcto? Não sei... No fundo o que interessa é o sentimento que nos move nesta época.
Não se preocupem, faz parte da natureza humana amar e lembrar aqueles que se ama. Sempre foi assim e isso não vai mudar.
Pena que o
Sem comentários:
Enviar um comentário