Os Açores no cinema


Ontem encontrei-me perante um vazio na vida, e então decidi fazer o que qualquer pessoa normal faz quando se encontra perante um vazio na vida: fui ao cinema.

Em frente aos cartazes na entrada do cinema, tive de escolher o filme que ia ver entre os quatro que lá se encontravam. Meditei bastante, li as críticas, analisei o perfil do realizador, estudei a biografia dos actores, e no fim escolhi aquele que tinha mais explosões.

Fui ver “Os Filhos do Homem”, do realizador Alfonso Cuarón (só mencionei o nome para dar aquele ar intelectual à coisa). O filme está muito bem conseguído. Ocorre num futuro próximo e o planeta caiu na anarquia total provocada por um problema generalizado de infertilidade na população. Numa Londres dividida pela violência de grupos nacionalistas desavindos, o desiludido burocrata Theo torna-se no improvável defensor da sobrevivência do planeta.

Pelo meio aparece uma mulher grávida e o Theo tem de a levar ao “O Projecto Humano”, um grupo mítico que se diz serem os salvadores da humanidade. Qual não é a minha surpresa quando o plano das personagens para salvar a grávida é levá-la de barco ao único sítio do mundo não afectado pelas desgraças, ao oásis de paz numa terra mutilada pela guerra, à sede do Projecto Humano: os Açores!

Sim, é verdade, os Açores. E até apontaram num mapa o arquipélago e tudo! Que engraçado!

Pus-me logo a pensar como se teria lembrado o argumentista dos Açores. Ou veio cá e gostou muito, ou veio cá a prima e ela gostou muito, ou senão ele fez como tantos outros: abriu um mapa na mesa, fechou os olhos, levou o dedo à sorte e voilá: os Açores.

Em todo o caso, isso tudo para dizer que o filme é bom, deviam ir vê-lo, nem que seja para ouvi-los dizer “the Azores e tal”.

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